29 Apr

1ª B Língua Portuguesa - Profª Sheila Cabral


Nome: _____________________________


D13 –––––––––   QUESTÃO 01   ––––––––––

Leia o texto abaixo e responda.

Quero Te Encontrar

Buchecha

Quando você vem pra passar o fim de semana

Eu finjo estar tudo bem,

Mesmo duro ou com grana

É que você ignora

Tudo que eu faço

Depois vai embora

Desatando os nossos laços.

Quero te encontrar

Quero te amar

Você pra mim é tudo

Minha terra, meu céu, meu mar.

Quero te encontrar

Quero te amar

Você pra mim é tudo

Minha terra, meu céu, meu mar.

Disponível em: http://letras.terra.com.br/buchecha/626447/

Identificam-se termos da linguagem informal em

A frase em que há expressões próprias da gíria é

A) “ Quando você vem...”

B) “ Mesmo duro ou com grana.”

C) “... Minha terra, meu céu, meu mar.”

D) “...Desatando os nossos laços. “


Leia os textos abaixo e, a seguir, responda as questões 2, 3 e 4.

Texto 1

Mãe de todos nós

Marcelo Barros

Ao consagrar o 22 de abril como Dia da Terra, a Organização das Nações Unidas parece deixar claro que a Terra e os bens naturais são mais do que mercadorias. É urgente insistir nisso. Segundo Ricardo Abramovay, professor da USP, “a extração de recursos da superfície terrestre cresceu oito vezes durante o século 20 e atingiu um total de 60 bilhões de toneladas anuais, a partir apenas do peso físico de quatro elementos: minérios, materiais de construção, combustíveis fósseis e biomassa”.

Essa atenção da ONU à Terra se liga a um movimento mundial que elaborou a Carta da Terra, que enuncia, como que, direitos da Terra que devem ser respeitados para que se garanta a vida no Planeta. Ao consagrar um dia à Mãe Terra, as Nações Unidas aderiram às expressões religiosas das culturas indígenas, que olham a Terra como mãe carinhosa que permanentemente cuida da vida de todo ser vivo. Nos países andinos, os índios não bebem vinho ou água sem derramar um gole por terra como brinde à Pacha Mama.

Nas últimas décadas, a partir dos trabalhos do cientista James Lovelook, a própria ciência começou a ver a Terra como um organismo vivo e inteligente que reage ao meio ambiente e cria condições propícias para a vida. Leonardo Boff fala da Terra como Gaia, nome com o qual os antigos gregos denominavam como deusa a mãe Terra. Não se trata de propor uma volta à religião antiga, mas de resgatar uma cultura amorosa e de respeito ao nosso Planeta e a tudo que o envolve. (...)

Disponível em: http://www.brasildefato.com.br/node/9420. Acessado em: 14/05/2012.


Texto 2

Terra, Nosso Lar

A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, é viva como uma comunidade de vida incomparável. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade de vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todos os povos. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.


Disponível em: www.cartadaterrabrasil.org/prt/text.html. Acesso 08/05/2012

D20 –––––––––   QUESTÃO 02   ––––––––––

Os dois textos acima consideram o Planeta Terra

A) uma mercadoria que todos têm direito.

B) uma religião iniciada pelos antigos gregos.

C) um bem individual que está sendo destruído.

D) um bem coletivo que necessita de cuidados.


D21 ––––––––––   QUESTÃO 03   ––––––––––

Nesses dois textos, as opiniões dos autores sobre o planeta Terra são

A) complementares.

B) divergentes.

C) excludentes.

D) iguais.


D14 ––––––––––   QUESTÃO 04   ––––––––––

No texto 1, há uma opinião expressa em

A) “... a Terra e os bens naturais são mais do que mercadorias.”

B) “A extração de recursos da superfície terrestre cresceu oito vezes...”

C) “Essa atenção da ONU à Terra se liga a um movimento mundial...”

D) “... os índios não bebem vinho ou água sem derramar um gole por terra...”


Leia o texto abaixo e, a seguir, responda aos itens 5 e 6.

Domingo em Porto Alegre

Enquanto Luiza termina de por a criançada a jeito, ele confere o dinheiro que separou e o prende num clipe. Tudo em ordem para o grande dia. Passa a mão na bolsa das merendas e se apresenta na porta do quarto.

- Tá na hora, pessoal.

-Já vai, já vai, - diz a mulher.

Mariana quer levar o bruxo de pano. Marta não consegue afivelar a sandalinha, Marietinha quer fazer xixi e Luiza se multiplica em torno delas.

-Espero vocês lá em baixo.

Luiza se volta.

-Por favor, vamos descer todos juntos.

Todos juntos, como uma família, papai e mamãe de braços dados à frente do pequeno cortejo de meninas de tranças.

-Chama um carro – o passeio de táxi também faz parte do domingo. As meninas vão com a mãe no banco de trás. Na frente, ele espicha as pernas, recosta a nuca. Que conforto um automóvel! E o chofer não é como o do ônibus, mudo e mal-humorado, e até puxa conversa.

-Dia bonito, não?

-Pelo menos isso.

-É, a vida tá dureza...

Dureza é apelido. E do Alto Petrópolis ao Bom Fim viajam nesse tom, tom de domingo. E na sua opinião não é verdade que esse país já tá com a vela?

Na calçada, Luiza lhe passa o braço e comenta que o choferzinho era meio corredor. Ele concorda e acha também que era meio comunista.

-E caminham.

-Nas vitrinas do Bom Fim vão olhando os ternos da sala, as mesinhas de centro, os quartos que sonham comprar um dia. Luiza se encanta num abajur dourado, que lindo, ficaria tão bem ao lado da poltrona azul. E caminham. (...)

FARACO, Sérgio. Majestic hotel. Porto Alegre: L&PM, 1991,p.47


D19 ––––––––––   QUESTÃO 05   ––––––––––

No trecho “... o choferzinho era meio corredor.”, a palavra destacada revela um tom de

A) confiança.

B) desprezo.

C) intimidade.

D) carinho.


D1 ––––––––––   QUESTÃO 06   ––––––––––

De acordo com o texto, a família

A) viajou para Porto Alegre.

B) comemorou uma data especial.

C) foi a um passeio de domingo.

D) caminhou até um outro setor.


Leia o texto abaixo e, a seguir, responda aos itens 7, 8 e 9.

Sobre a origem da poesia

Arnaldo Antunes


A origem da poesia se confunde com a origem da própria linguagem.

Talvez fizesse mais sentido perguntar quando a linguagem verbal deixou de ser poesia. Ou: qual a origem do discurso não poético, já que, restituindo laços mais íntimos entre os signos e as coisas por eles designadas, a poesia aponta para um uso muito primário da linguagem, que parece anterior ao perfil de sua ocorrência nas conversas, nos jornais, nas aulas, conferências, discussões, discursos, ensaios ou telefonemas.

Como se ela restituísse, através de um uso específico da língua, a integridade entre nome e coisa — que o tempo e as culturas do homem civilizado trataram de separar no decorrer da história.

A manifestação do que chamamos de poesia hoje nos sugere mínimos flashbacks de uma possível infância da linguagem, antes que a representação rompesse seu cordão umbilical, gerando essas duas metades — significante e significado.

Houve esse tempo? Quando não havia poesia porque a poesia estava em tudo o que se dizia? Quando o nome da coisa era algo que fazia parte dela, assim como sua cor, seu tamanho, seu peso? Quando os laços entre os sentidos ainda não se haviam desfeito, então música, poesia, pensamento, dança, imagem, cheiro, sabor, consistência se conjugavam em experiências integrais, associadas a utilidades práticas, mágicas, curativas, religiosas, sexuais, guerreiras? [...]

No seu estado de língua, no dicionário, as palavras intermediam nossa relação com as coisas, impedindo nosso contato direto com elas. A linguagem poética inverte essa relação, pois vindo a se tornar, ela em si, coisa, oferece uma via de acesso sensível mais direto entre nós e o mundo. [...]

Incluído no libreto do espetáculo “12 Poemas para dançarmos”, dirigido por Gisela Moreau, São Paulo


D7 ––––––––––   QUESTÃO 07   ––––––––––

A tese defendida pelo autor do texto é de que

A) poesia e linguagem são inseparáveis.

B) a linguagem verbal não é poesia.

C) poesia integra nome e coisa.

D) a linguagem poética nos liga ao mundo.


D8 ––––––––––   QUESTÃO 08   ––––––––––

O argumento que apoia a tese defendida é que

A) poesia e linguagem possuem a mesma origem.

B) poesia e a linguagem são como flashbacks.

C) os homens civilizados trataram de separar as culturas.

D) a poesia é significante e a linguagem é significado.


D15 ––––––––––   QUESTÃO 09   ––––––––––

No trecho “A linguagem poética inverte essa relação, pois vindo a se tornar, ela em si, coisa,...”, a palavra sublinhada estabelece uma relação de

A) alternância.

B) concessão

C) conformidade.

D) explicação.


D11 ––––––––––   QUESTÃO 10   ––––––––––

Leia o texto abaixo e responda.

A ladeira

Como Bobby mora num livro inclinado, no momento em que, por descuido, sua babá solta o carrinho em que está deitado, ele começa uma longa trajetória pela cidade. O primeiro a ser atingido foi o guarda: Bobby aproveitou para roubar um botão de sua farda. Depois, o bebê bateu num vendedor da Grécia. O estoque de produtos, que estava numa carroça, foi espalhado pela rua inteira!

Assim, os habitantes da cidade levam tombo, um por um. Janete, que vinha da fazenda com uma cesta de ovos, viu uma omelete se formar no chão após o choque com o carrinho. Os trabalhadores que estavam na rua segurando uma vidraça pesada berram: mas que menino peralta! Bobby chega até a cobrar a passagem de Dona Dora, quando ela, ao colidir com o carrinho se torna passageira. Depois de tirar uma vaca do pasto e interromper o cochilo de um pescador, Bobby finalmente para: o carrinho bate num tronco pequeno, e o bebê cai num monte de feno. Afinal, todo carrinho em disparada tem de parar uma hora.

A LADEIRA, in: Revista Educação, Segmento, nº 12, abril de 2009, p. 14.


Bobby começou uma longa jornada pela cidade porque

A) morava num livro inclinado.

B) sua babá soltou o carrinho.

C) queria cobrar uma passagem .

D) planejou tirar uma vaca do pasto.


PRODUÇÃO DE TEXTO

Sobre a crônica

A crônica é um gênero que ocupa o espaço do entretenimento, da reflexão mais leve. Nas revistas, por exemplo, em geral é estampada na última página.

Ao escrever, os cronistas buscam emocionar e envolver seus leitores, convidando-os a refletir, de modo sutil, sobre situações do cotidiano, vistas por meio de olhares irônicos, sérios ou poéticos, mas sempre agudos e atentos.

Publicadas em jornais e revistas, a crônica é um gênero que retrata os acontecimentos da vida em tom despretensioso, ora poético, ora filosófico, muitas vezes divertido. Em geral, na crônica a narração capta um momento, um flagrante do dia a dia.

A ocasião faz o escritor. Olimpíadas de Língua Portuguesa- Escrevendo o Futuro. São Paulo: Cenpec, 2010

Cobrança

Moacyr Scliar


Ela abriu a janela e ali estava ele, diante da casa, caminhando de um lado para outro. Carregava um cartaz, cujos dizeres atraíam a atenção dos passantes: "Aqui mora uma devedora inadimplente."

- Você não pode fazer isso comigo - protestou ela.

- Claro que posso - replicou ele. - Você comprou, não pagou. Você é uma devedora inadimplente. E eu sou cobrador. Por diversas vezes tentei lhe cobrar, você não pagou.

- Não paguei porque não tenho dinheiro. Esta crise...

- Já sei - ironizou ele. - Você vai me dizer que por causa daquele ataque lá em Nova York seus negócios ficaram prejudicados. Problema seu, ouviu? Problema seu. Meu problema é lhe cobrar. E é o que estou fazendo.

- Mas você podia fazer isso de uma forma mais discreta...

- Negativo. Já usei todas as formas discretas que podia. Falei com você, expliquei, avisei. Nada. Você fazia de conta que nada tinha a ver com o assunto. Minha paciência foi se esgotando, até que não me restou outro recurso: vou ficar aqui, carregando este cartaz, até você saldar sua dívida.

Neste momento começou a chuviscar.

- Você vai se molhar - advertiu ela. - Vai acabar ficando doente.

Ele riu, amargo:

- E daí? Se você está preocupada com minha saúde, pague o que deve.

- Posso lhe dar um guarda-chuva...

- Não quero. Tenho de carregar o cartaz, não um guarda-chuva.

Ela agora estava irritada:

- Acabe com isso, Aristides, e venha para dentro. Afinal, você é meu marido, você mora aqui.

- Sou seu marido - retrucou ele - e você é minha mulher, mas eu sou cobrador profissional e você é devedora. Eu a avisei: não compre essa geladeira, eu não ganho o suficiente para pagar as prestações. Mas não, você não me ouviu. E agora o pessoal lá da empresa de cobrança quer o dinheiro. O que quer você que eu faça? Que perca meu emprego? De jeito nenhum. Vou ficar aqui até você cumprir sua obrigação.

Chovia mais forte, agora. Borrada, a inscrição tornara-se ilegível. A ele, isso pouco importava: continuava andando de um lado para outro, diante da casa, carregando o seu cartaz.

SCLIAR, Moacyr. O imaginário cotidiano. São Paulo: Global, 2001.

O texto acima é uma crônica escrita por Moacyr Scliar, renomado autor gaúcho que faleceu no ano passado aos 74 anos de idade. Assim como esse autor, você deverá também produzir uma crônica. Escreva sobre alguma situação do seu cotidiano. Os personagens podem ser reais ou fictícios e o tema de seu texto pode ser uma vizinha ou um vizinho que gosta de falar da vida dos outros; um vendedor insistente; um rapaz namoradeiro; uma conversa com os amigos depois da escola, ou um amigo sempre mal humorado. Enfim, escolha o tema que você considerar mais interessante e que possa agradar ao leitor. Lembre-se de dar um título criativo ao seu texto.

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