22 Jun

Biologia       3º ano         2ª atividade do 2º bimestre            JBT     

 

Habilidades: Identificar e comparar os grandes grupos de seres vivos a partir das características distintas.

Conteúdos: Níveis de organização e obtenção de energia, estruturas, importância econômica e ecológica.

 

Características dos cinco reinos

 

Classificar os seres vivos não é uma tarefa fácil, e até hoje esse desafio não foi solucionado completamente. Apesar de vários pesquisadores trabalharem desde a Antiguidade para conseguir a classificação dos organismos menos falha possível, nenhuma classificação proposta está isenta de problemas.

Inicialmente, os sistemas de classificação eram simples, até porque mecanismos genéticos e evolutivos não eram conhecidos como nos dias atuais. Lineu, por exemplo, classificava os seres vivos em apenas dois grupos: Reino Animal e Reino Vegetal.

Com o conhecimento dos organismos microscópios, percebeu-se que não era possível classificar os seres vivos apenas em animais e vegetais. Surgiu, então, em 1866, o termo protista, que posteriormente foi chamado de Reino Protista, para classificar organismos microscópios eucariontes que não se enquadravam como animais ou vegetais. As bactérias só ganharam seu espaço em 1956, quando surgiu o Reino Monera, que reunia os organismos procariontes.

Em 1969, criou-se o sistema conhecido como os Cinco Reinos. Esses reinos foram propostos por Whittaker e até hoje estão presentes na maioria dos livros didáticos, apesar de novas classificações estarem sendo propostas a todo tempo.


Cinco Reinos dos Seres Vivos


Os cinco reinos propostos por Whittaker são: Reino Monera, Reino Protista, Reino Fungi, Reino Animalia e Reino Plantae. A seguir listaremos as principais características de cada um desses reinos:

Reino Monera: Esse reino engloba todos os organismos procariontes existentes, ou seja, todos os organismos que não apresentam núcleo delimitado por membrana nuclear. Nesse grupo, todos os representantes também são unicelulares, e o modo de nutrição pode ser autotrófico ou heterotrófico. Como exemplo de representantes do Reino Monera, podemos citar as bactérias e as cianobactérias.

Reino Protista: Esse reino, que atualmente é chamado de Protoctista, engloba seres unicelulares e pluricelulares, eucariontes, autotróficos ou heterotróficos. Como exemplo de representantes desse reino, podemos citar algas uni e multicelulares e protozoários.

Reino Fungi: Esse reino engloba organismos unicelulares e multicelulares, eucariontes e heterotróficos. Como exemplo, podemos citar os bolores, cogumelos e levedos.

Reino Plantae ou MetaphytaEsse reino inclui organismos multicelulares, eucariontes e autotróficos, ou seja, que produzem seu alimento. Como exemplo, podemos citar as hepáticas, as avencas, os pinheiros e os ipês.

Reino Animalia ou MetazoaNesse reino estão organismos multicelulares, eucariontes e heterotróficos. Como exemplo de representantes, podemos citar o homem, as esponjas, as águas-vivas e os peixes.

Reino Monera

O reino monera é formado por bactérias, cianobactérias e arqueobactérias (também chamadas arqueas), todos seres muito simples, unicelulares e com célula procariótica (sem núcleo diferenciado). Esses seres microscópios são geralmente menores do que 8 micrômetros (1µm = 0,001 mm).

Observação: o termo "monera" na classificação atual encontra-se obsoleto. Seus integrantes foram divididos entre os reinos Bacteria e Archaea. O reino Bacteria representa o maior número de espécies, pois engloba as bactérias e as cianobactérias. Já o reino Archaea abrange um pequeno número de espécies. As arqueias são organismos procariontes, porém não são mais classificados com as bactérias porque apresentam características que os deixam também próximos aos eucariontes.

Apesar dessa nova classificação, como o termo "monera" ainda é adotado em livros didáticos, continuamos apresentando aqui sua definição.

As bactérias (do grego bakteria: 'bastão') são encontrados em todos os ecossistemas da Terra e são de grande importância para a saúde, para o ambiente e a economia. As bactérias são encontradas em qualquer tipo de meio: mar, água doce, solo, ar e, inclusive, no interior de muitos seres vivos.

Exemplos da importância das bactérias:

  • na decomposição de matéria orgânica morta. Esse processo é efetuado tanto aeróbia, quanto anaerobiamente;
  • agentes que provocam doença no homem;
  • em processos industriais, como por exemplo, os lactobacilos, utilizados na indústria de transformação do leite em coalhada;
  • no ciclo do nitrogênio, em que atuam em diversas fases, fazendo com que o nitrogênio atmosférico possa ser utilizado pelas plantas;
  • em Engenharia Genética e Biotecnologia para a síntese de várias substâncias, entre elas a insulina e o hormônio de crescimento.

Estrutura das Bactérias

Bactérias são microorganismos unicelulares, procariotos, podendo viver isoladamente ou construir agrupamentos coloniais de diversos formatos. A célula bacterianas contém os quatro componentes fundamentais a qualquer célula: membrana plasmática, hialoplasma, ribossomos e cromatina, no caso, uma molécula de DNA circular, que constitui o único cromossomo bacteriano.

A região ocupada pelo cromossomo bacteriano costuma ser denominada nucleoide. Externamente à membrana plasmática existe uma parede celular (membrana esquelética, de composição química específica de bactérias).

é comum existirem plasmídios - moléculas de DNA não ligada ao cromossomo bacteriano - espalhados pelo hialoplasma. Plasmídios costumam conter genes para resistência a antibióticos.

Algumas espécies de bactérias possuem, externamente à membrana esquelética, outro envoltório, mucilaginoso, chamado de cápsula. É o caso dos pneumococos (bactérias causadoras de pneumonia). Descobriu-se que a periculosidade dessas bactérias reside na cápsula em um experimento, onde ratos infectados com pneumococo sem cápsula tiveram a doença porém não morreram, enquanto pneumococos capsulados causaram pneumonia letal.

A parede da célula bacteriana, também conhecida como membrana esquelética, reveste externamente a membrana plasmática, e é constituída de uma substância química exclusiva das bactérias conhecida como mureína (ácido n-acetil murâmico).

Doenças causadas por bactérias

A seguir, alguns exemplos de doenças bastante comuns e que são causadas por bactérias:

1. Tétano

Agente causador: Clostridium tetani.

Contágio: O contágio ocorre por meio de esporos da bactéria, que infeccionam algum ferimento que tenha contato com eles. Esses esporos geralmente estão presentes no solo e na poeira.

Sintomas: Essa bactéria produz uma toxina neurotrópica, ou seja, que age no sistema nervoso central, causando rigidez muscular, como a da musculatura da mandíbula (trismo), podendo levar à morte.

Profilaxia: A principal profilaxia contra o tétano é a vacinação.

2. Disenteria bacilar ou shigelose

Agente causador: Shigella sp.

Contágio: O contágio ocorre pela ingestão de água e alimentos contaminados.

Sintomas: Os sintomas são diarreia com a presença de sangue, vômitos e febre.

Profilaxia: Beber água filtrada ou fervida e ter cuidado nos preparos dos alimentos, principalmente nos que são ingeridos crus.

3. Coqueluche

Agente causador: Bordetella pertussis.

Contágio: O contágio ocorre pelo contato com pessoas doentes. Gotículas expelidas na fala, por tosse ou espirro podem transmitir a doença. O compartilhamento de objetos também é uma forma de contaminação.

Sintomas: No início, os sintomas são os mesmos de uma gripe comum, como tosse, coriza, febre e mal-estar. Se não tratada, a doença pode evoluir para um quadro mais agudo de tosse, com dificuldades para respirar e para comer, e vômitos, podendo causar a desidratação e até a morte do indivíduo, principalmente de bebês.

Profilaxia: A melhor profilaxia é a vacinação.

4. Sífilis

Agente causador: Treponema pallidum.

Contágio: O contágio ocorre por meio de relação sexual e da mãe para o feto (transmissão vertical — sífilis congênita).

Sintomas: O primeiro sintoma é a presença de lesão única, principalmente na região genital, boca e ânus. Essas lesões não causam qualquer tipo de incômodo e podem vir acompanhadas da presença de ínguas na região da virilha. Se não tratada, a doença pode agravar-se com o aparecimento de manchas no corpo, febre, dor de cabeça e ínguas, alguns meses após o desaparecimento da ferida. Alguns anos após os primeiros sintomas, a doença pode apresentar a fase mais grave, com sintomas que vão desde lesões na pele até neurológicas, podendo levar à morte.

Profilaxia: Para evitar a sífilis, deve-se usar preservativos nas relações sexuais e fazer o acompanhamento pré-natal de gestantes e seus parceiros.

5.Tuberculose 

Agente causador: Mycobacterium tuberculosis (bacilo de Kock).

Contágio: O contágio dá-se pelo contato com as secreções do doente.

Sintomas: Tosse seca ou produtiva por mais de três semanas, hemoptise (tosse com sangue), fadiga, falta de ar, febre e perda de peso.

Profilaxia: vacinação.

Tratamentos

O tratamento de doenças causadas por bactérias ocorre principalmente com a administração de antibióticos, podendo ser tomadas medidas complementares de acordo com a doença.

O uso inadequado de antibióticos tem sido o responsável pelo reaparecimento de diversas doenças que já não eram tão comuns, além do aparecimento de formas patogênicas mais resistentes a antibióticos. Isso se deve ao fato de que, com o uso inadequado do antibiótico, como fazendo a interrupção do tratamento antes do tempo indicado, algumas bactérias (que devido a mutações são resistentes) sobrevivem, reproduzindo-se e deixando uma nova cepa resistente. Em um novo quadro infeccioso, uma nova estratégia de tratamento deverá ser adotada, como a utilização de novos antibióticos ainda mais fortes.

O uso de antibióticos deve ser realizado de acordo com a prescrição médica, seguindo o tempo determinado, não parando o tratamento assim que seja observada a melhora dos sintomas. Assim como a duração do tratamento, os horários de administração do remédio devem ser respeitados, e seu armazenamento deve ser feito de forma adequada para que a sua ação seja eficaz.

Superbactérias

Atualmente, tem-se ouvido falar muito em superbactérias. Essas superbactérias estão presentes principalmente em ambientes hospitalares e podem ter surgido justamente pelo uso indiscriminado de antibióticos. Essas bactérias são a causa de mais da metade das infecções hospitalares, sendo extremamente resistentes aos antibióticos, levando vários pacientes a óbito.

A importância das bactérias


Não é raro associarmos as bactérias às doenças que essas podem causar, tal como tuberculose, ou mesmo furúnculos. Entretanto, muitos destes organismos desempenham funções muito importantes para o meio ambiente e à vida humana.

Bactérias saprofágicas, por exemplo, ao se alimentarem da matéria orgânica sem vida, transformam-na em compostos inorgânicos mais simples, que serão incorporados em outros níveis tróficos da cadeia alimentar. Assim, juntamente com outros decompositores, como os fungos, exercem um papel de extrema importância para a manutenção da vida na Terra. Outras bactérias, ainda, são capazes de fixar nitrogênio, fertilizando o solo e fornecendo compostos nitrogenados a diversas plantas.

Indivíduos fermentadores são aqueles que degradam parcialmente moléculas orgânicas ricas em energia, podendo resultar em diversos produtos, dependendo da substância e do micro-organismo que desempenhou tal função. O álcool etílico e o ácido lático podem ser resultantes deste processo; e desses são fabricadas bebidas, por bactérias do gênero Acetobacter; e coalhadas e iogurtes, pelos gêneros Lactobacillus e Streptococcus. Outras espécies fermentadoras, ainda, podem viver de forma harmônica em nosso organismo, controlando a população de outros micro-organismos, inclusive os patogênicos.

Quanto às biotecnologias, genes bacterianos são um dos mais utilizados no desenvolvimento de organismos transgênicos; sendo que algumas espécies, como as do Gênero Agrobacterium, auxiliam no transporte dos novos genes ao genoma do indivíduo a ser modificado. Na indústria, estes seres vivos são utilizados na fabricação de antibióticos e substâncias, como a acetona e o ácido glutâmico.

Tais organismos, ainda, podem auxiliar na limpeza de substâncias prejudiciais ao meio ambiente, como pesticidas e até mesmo petróleo e substâncias radioativas. Estações de tratamento de esgoto utilizam amplamente bactérias anaeróbicas para a conversão da matéria orgânica em produtos que podem ser utilizados, após o devido tratamento, como fertilizantes; e, em um estágio próximo, as aeróbicas se encarregam de degradar as partículas menores da parte líquida do esgoto, permitindo com que a água resultante seja tratada e devolvida aos rios e oceanos.


Reino Protista

A complexidade da célula eucariótica de um protozoário é tão grande, que ela, sozinha, executa todas as funções que tecidos, órgãos e sistemas realizam em um ser pluricelular complexo.

Locomoção, respiração, excreção, controle hídrico, reprodução e relacionamento com o ambiente, tudo é executado por uma única célula, que conta com algumas estruturas capazes de realizar alguns desses papéis específicos, como em um organismo pluricelular.

Segundo a classificação dos seres vivos em cinco reinos (Whittaker – 1969), um deles, o dos Protistas, agrupa organismos eucariontes, unicelulares, autótrofos e heterótrofos. Neste reino se colocam as algas inferiores: euglenófitas, pirrófitas (dinoflagelados) e crisófitas (diatomáceas), que são protistas autótrofos (fotossintetizantes). Os protozoários são protistas heterótrofos.

A célula

A célula de um protista é semelhante às células de animais e plantas, mas há particularidades. Os plastos das algas são diferentes dos das plantas quanto à sua organização interna de membranas fotossintéticas.

Ocorrem cílios e flagelos para a locomoção. A célula do protozoário tem uma membrana simples ou reforçada por capas externas protéicas ou, ainda, por carapaças minerais, como certas amebas (tecamebas).

Os radiolários e heliozoários possuem um esqueleto intracelular composto de sílica.

Os foraminíferos são dotados de carapaças externas feitas de carbonato de cálcio. As algas diatomáceas possuem carapaças silicosas.

Os protistas podem ainda ter adaptações de forma e estrutura de acordo com o seu modo de vida: parasita, ou de vida livre.

O citoplasma está diferenciado em duas zonas, uma externa, hialina, o ectoplasma, e outra interna, granular, o endoplasma. Nesta, existem vacúolos digestivos e inclusões.

Origem

Os protozoários constituem um grupo de eucariontes com cerca de 20 mil espécies. é um grupo diversificado, heterogêneo, que evoluiu a partir de algas unicelulares. Em alguns casos essa origem torna-se bem clara, como por exemplo no grupo de flagelados. Há registro fóssil de protozoários com carapaças (foraminíferos), que viveram há mais de 1,5 bilhão de anos, na Era Proterozóica. Grandes extensões do fundo dos mares apresentam espessas camadas de depósitos de carapaças de certas espécies de radiolários e foraminíferos. São as chamadas vasas.

Microscopia eletrônica da carapaça presente externamente à célula de uma espécie de radiolário.

Habitat

Os protozoários são, na grande maioria, aquáticos, vivendo nos mares, rios, tanques, aquários, poças, lodo e terra úmida. Há espécies mutualísticas e muitas são parasitas de invertebrados e vertebrados. Eles são organismos microscópicos, mas há espécies de 2 a 3 mm. Alguns formam colônias livres ou sésseis.

Fazem parte do plâncton (conjunto de seres que vivem em suspensão na água dos rios, lagos e oceanos, carregados passivamente pelas ondas e correntes). No plâncton distinguem-se dois grupos de organismos:

  • fitoplâncton: organismos produtores (fotossintetizadores), representados principalmente por dinoflagelados e diatomáceas, constituem a base de sustentação da cadeia alimentar nos mares e lagos . São responsáveis por mais de 90% da fotossíntese no planeta.
  • zooplâncton: organismos consumidores, isto é, heterótrofos, representados principalmente por protozoários, pequenos crustáceos e larvas de muitos invertebrados e de peixes.

Digestão

Nas espécies de vida livre há formação de vacúolos digestivos. As partículas alimentares são englobadas por pseudópodos ou penetram por uma abertura pré-existente na membrana, o citóstoma.

Já no interior da célula ocorre digestão, e os resíduos sólidos não digeridos são expelidos em qualquer ponto da periferia, por extrusão do vacúolo, ou num ponto determinado da membrana, o citopígio ou citoprocto.

Respiração

A troca de gases respiratórios se processa em toda a superfície celular.

Excreção

Os produtos solúveis de excreção podem ser eliminados em toda a superfície da célula. Nos protozoários de água doce há um vacúolo contrátil, que recolhe o excesso de água absorvido pela célula, expulsando-a de tempos em tempos por uma contração brusca. O vacúolo é, portanto, osmorregulador.

Os protozoários são organismos unicelulares, eucarióticos e que apresentam nutrição heterotrófica. Apesar de ser um termo bastante usado, não apresenta nenhum valor taxonômico, sendo considerado, portanto, um agrupamento artificial.

Os protozoários, em sua grande maioria, apresentam vida livre e são encontrados em diferentes ambientes aquáticos e úmidos. Existem, no entanto, espécies que vivem em associação com outros organismos, como é o caso dos parasitas.

Entre as doenças humanas causadas por protozoários, podemos citar a amebíase, tricomoníase, toxoplasmose, leishmaniose (visceral e tegumentar), doença de Chagas e malária.

Os protozoários apresentam reprodução assexuada com divisão binária, mas há algumas espécies que apresentam reprodução sexuada. Nesse último caso, observa-se a fusão desses organismos, a formação de zigoto e uma posterior divisão. Esse processo garante a recombinação genética. Outra forma de recombinação é a conjugação, que é considerada por alguns autores como um tipo de reprodução sexuada. Outros protozoários são capazes de produzir esporos que se espalham pelo ambiente.

Classificação dos seres vivos

Um tipo bastante comum de classificação dos protozoários usa como critério o modo de locomoção desses seres no meio aquático. De acordo com esse sistema, existem protozoários ciliados, flagelados, rizópodos e esporozoários.

por pseudópodes. Observe os protozoários acima e suas diferentes estruturas de locomoção

Os protozoários ciliados são aqueles que se locomovem por auxílio de estruturas denominadas de cílios, como o Paramecium. Os flagelados, por sua vez, utilizam como meio de locomoção os flagelos, como é o caso do Tripanosoma cruzi, causador da doença de Chagas.

Existem ainda protozoários que se movimentam com a ajuda de pseudópodes, que são prolongamentos citoplasmáticos que modificam a forma do corpo do organismo e promovem a locomoção. Esse grupo, do qual fazem parte as amebas, é chamado de rizópodos.

Os esporozoários, por sua vez, não apresentam nenhum tipo de estrutura locomotora e são levados, na forma de esporos, pelo ar, água e até mesmo por animais. Como exemplo desse grupo, podemos citar o Plasmodium vivax, responsável por provocar a malária.

Alguns filos do Reino Protoctista

Os protozoários possuem uma classificação bastante controversa e complexa. Atualmente, alguns pesquisadores classificam esses seres em dezenas de filos diferentes dentro do Reino Protoctista. Como esses sistemas de classificação são inviáveis para estudo por leigos, muitos livros didáticos consideram apenas seis filos principais. São eles:

Filo Rhizopoda: refere-se aos protozoários rizópodos, ou seja, que se locomovem

 


As amebas são incluídas no filo Rhizopoda

Filo Actinopoda: refere-se aos protozoários que apresentam locomoção por pseudópodes, mas com essa estrutura em formato afilado.

Filo Foraminifera: Engloba os protozoários que possuem carapaça externa à célula, rica em perfurações de onde saem os pseudópodes.

Filo Aplicomplexa: refere-se aos protozoários esporozoários, ou seja, que não possuem meios de locomoção.

Filo Zoomastigophora: Engloba os protozoários que apresentam flagelos como estrutura locomotora.

Filo Ciliophora: Engloba os protozoários ciliados, ou seja, que possuem cílios como meio de locomoção.


Algas


As algas constituem um grupo heterogêneo de organismos que se caracteriza pela presença de clorofila a e por não possuírem um corpo dividido em raiz, caule ou folhas, em razão da ausência de tecidos verdadeiros. Podem ser organismos unicelulares ou multicelulares. Nesse último grupo, já foram descritas espécies de até 60 metros de comprimento.

As algas são encontradas em todas as áreas do planeta, sendo predominantemente aquáticas, mas podem ocorrer em ambientes terrestres ou em associação com outros organismos, como é o caso dos líquens. Nas algas aquáticas, podemos observar diferentes formas de vida, sendo algumas fixas no substrato e outras livres em suspensão na água, formando o fitoplâncton.

Todas as algas são autotróficas, produzindo, portanto, seu alimento. Assim como as plantas, esse grupo caracteriza-se pela realização do processo de fotossíntese, em que a energia luminosa é utilizada na produção da energia necessária para a sobrevivência da alga.

Acredita-se que as algas são um dos organismos mais antigos existentes no planeta, sendo responsáveis pela produção e acúmulo de oxigênio na atmosfera. Esse grupo também é considerado o ancestral das plantas modernas, uma vez que compartilha algumas semelhanças.

A importância ecológica e econômica das algas é imensa, destacando-se principalmente seu papel na cadeia alimentar aquática (produtor) e sua participação na liberação de oxigênio. Além disso, as algas são muito utilizadas na cozinha oriental, principalmente para a preparação de sushis, e também são fonte de importantes substâncias, como é o caso do ágar, que é amplamente utilizado na fabricação de sorvetes, doces e até mesmo bebidas.

Além de toda a sua importância, as algas também podem causar danos econômicos e ecológicos. O aumento exagerado de algumas espécies provoca as florações tóxicas, que podem causar mudança na tonalidade da água e desencadear morte de várias espécies de animais aquáticos em virtude das toxinas produzidas por algumas espécies. Normalmente o aumento exagerado desse grupo de seres vivos está relacionado com a poluição dos ambientes aquáticos, que propicia um ambiente rico em nutrientes que facilitam a reprodução de algumas espécies.

Algumas algas são microscópicas e formam o fitoplâncton.

A grande maioria das algas é classificada como pertencente ao reino Protoctista, entretanto, vale destacar que alguns seres procariontes (Reino Monera), denominados cianobactérias, são frequentemente chamados de algas azuis. Nesse texto consideraremos apenas o estudo das algas protoctistas.

Veja a seguir as principais algas protoctistas e algumas de suas características:

Filo

Organização

Tipo de clorofila

Chlorophyta (algas verdes)

Uni ou multicelular

a, b

Phaeophyta (algas pardas)

Multicelular

a, c

Rhodophyta (algas vermelhas)

Uni ou multicelular

a, d

Bacillariophyta (diatomáceas)

Unicelular

a, c

Chrysophyta (algas douradas)

Uni ou multicelular

a, c

Euglenophyta (euglenoides)

Unicelular

a, b

Dinophyta (dinoflagelados)

Unicelular

a, c

Charophyta (Carofíceas)

Multicelular

a, b


Curiosidade: A ciência que estuda as algas é chamada de Ficologia.

Algas  - A importância ecológica e econômica das algas

  As algas são organismos autótrofos e fotossintetizantes que diferem das plantas por não formarem tecidos nem órgãos ordenados, ou seja, não apresentam uma estrutura dividida em raiz, caule e folhas. Podem ser unicelulares ou pluricelulares. O corpo de uma alga multicelular é chamado de talo. As algas habitam ambientes terrestres úmidos ou meios aquáticos, de água doce ou salgada. Embora muitas vezes microscópicas, elas possuem grande importância ecológica e econômica, pois estão presentes, como veremos adiante, em vários produtos utilizados pelo homem.

Algas são fonte de oxigênio

Ao conjunto de organismos fotossintetizantes que ocorrem no meio aquático, vivendo à deriva na coluna d'água, é dado o nome de fitoplâncton. O fitoplâncton serve de alimento para o zooplâncton, ou seja, para os microrganismos heterótrofos presentes no plâncton, que, por sua vez, são a base da alimentação de animais maiores. Além de estar na base dessa cadeia alimentar, o fitoplâncton é responsável por uma grande produção de oxigênio. Estima-se que cerca de 90% do oxigênio presente na atmosfera terrestre seja gerado pela fotossíntese das algas planctônicas. Assim, essas pequenas algas possuem papel fundamental na manutenção da vida no planeta.

 Algas na culinária

 Em muitos países, principalmente no Oriente, as algas fazem parte da alimentação diária. Elas são fonte de proteínas, vitaminas e sais minerais. Entre os grupos mais consumidos estão as algas vermelhas (Rhodophyta) e as pardas (Phaeophyta), que podem ser cultivadas em viveiros ou simplesmente coletadas no ambiente marinho. Algumas das algas comestíveis mais conhecidas são o nori, utilizado pelos japoneses no preparo do sushi, e o kombu e o wakame, duas algas que fazem parte de pratos chineses e japoneses, como sopas, molhos e carnes. As algas também podem ser encontradas entre os ingredientes de rações para animais. Muitos alimentos utilizados na pecuária como base uma farinha feita de algas desidratadas e moídas.


Algas e colóides

 O ágar, os alginatos e os carragenanos são colóides que podem ser extraídos de algas marinhas. Um colóide é uma mistura de substâncias com moléculas muito pequenas, que pode formar soluções viscosas, como géis de diferentes texturas. O ágar é utilizado em laboratórios para preparar meios de cultura para bactérias e outros organismos. Também é muito empregado nas áreas de biologia molecular e biotecnologia, na fabricação de géis utilizados nos processos de extração e amplificação de material genético.

Os alginatos estão presentes na composição de diversos alimentos e bebidas industrializadas, como sorvetes e cervejas. Eles atuam como substâncias gelificantes, estabilizantes e emulsificantes. Os carragenanos são empregados principalmente na fabricação de alimentos com consistência gelatinosa ou cremosa, como gelatinas e patês. Também são utilizados na produção de tintas e cosméticos, como cremes e pasta de dente.

Fertilizantes e adubos

algas podem ser utilizadas como uma forma de adubação natural e eficaz. Seus talos são ricos em minerais essenciais ao desenvolvimento das plantas, como o nitrogênio e o potássio. Os fertilizantes para uso agrícola são fabricados a partir de talos desidratados e comercializados na forma de pequenos grãos ou em pó. Também existem extratos líquidos de algas, que, por serem concentrados, podem ser diluídos e aplicados em jardins ou vasos de plantas .

Uso medicinal

O uso medicinal de algas na cura e prevenção de doenças faz parte da cultura milenar de muitos países, como China, Coréia e Japão. A eficácia de uma espécie de alga parda já foi reconhecida, pelo meio científico, no tratamento do bócio, doença que afeta o metabolismo do iodo. Alguns medicamentos, utilizados na regulação do apetite, contêm substâncias extraídas de algas, que, ao entrarem em contato com soluções aquosas, se expandem no interior do estômago, transmitindo uma sensação de saciedade ao cérebro. Pesquisas vêm sendo realizadas para analisar a eficácia das algas no tratamento de diversas doenças, tais como asma, bronquite, verminoses, artrite e hipertensão. Embora já tenham sido desenvolvidas tantas aplicações para as algas e suas substâncias, diversos setores, como as indústrias química, alimentícia e farmacêutica, continuam realizando estudos em busca de novas descobertas. E, com certeza, ainda há muito a ser explorado sobre esses incríveis organismos.


Responda:

1-O reino Monera é composto dos seres mais abundantes do planeta, também conhecidos como microrganismos, pois todos são unicelulares e microscópicos. Apresentam também a ausência da carioteca, sendo, portanto, classificadas como procariotos. Os grupos que compõem o reino Monera são:

a) Protozoários e Bactérias

b) Algas e Bactérias

c) Fungos e Bactérias

d) Levedos e Bactérias

e) Arqueas e Bactérias

2- A utilização de microrganismos na limpeza de áreas ambientais contaminadas por poluentes é uma estratégia simples, menos onerosa, além de causar menos impacto ao meio ambiente. Esse tipo de ação é feita com o uso de bactérias e é conhecido como:

a) Biorremediação

b) Antibiótico

c) Aterro sanitário

d) Arqueas

e) Vacina ambiental

3-Observando criteriosamente a característica das algas, podemos englobá-la em qual reino?

a) Monera.

b) Protista.

c) Fungi.

d) Animalia.

e) Plantae.

4-Os protozoários apresentam diversos meios de locomoção que frequentemente são utilizados para a sua classificação. Dentre os meios de locomoção dos protozoários, podemos citar os pseudópodes, que são prolongamentos citoplasmáticos que permitem o deslocamento e captura de alimento. Além dos pseudópodes, os protozoários podem se locomover por:

a) Flagelos e pés ambulacrais.

b) Cílios e cistos.

c) Flagelos e Cistos.

d) Flagelos e cílios.

e) Cistos e pés ambulacrais.




Bons estudos gatinhos!

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