31 Aug

TEXTO I – MOTIVOS DA EXPANSÃO HOLANDESA



União Ibérica


Tudo se iniciou quando o rei D. Sebastião desapareceu durante a batalha de Alcácer-Quibir, batalha travada entre portugueses e marroquinos em 1578. O corpo do rei português nunca foi encontrado. Assim, supôs-se, na época, que o rei havia morrido.

A morte do rei D. Sebastião colocou a dinastia portuguesa em apuros, pois o rei português não possuía herdeiros diretos, forçando, assim, seu tio-avô, D. Henrique, a assumir o trono de Portugal. Apenas dois anos depois de assumir o trono português, D. Henrique faleceu e, como também não possuía herdeiros diretos, foi iniciada uma crise na dinastia de Avis.

Antônio, prior de Crato, chegou a ser aclamado rei por seus partidários na vila de Santarém, mas acabou sendo derrotado pelas forças de Filipe II durante uma batalha travada em agosto de 1580. Filipe II, além de ser rei espanhol e possuir muito poder, contava com apoio de grande parte da nobreza portuguesa. Assim, conseguiu impor-se contra Antônio.

Com a coroação, Filipe II passou a ser conhecido como Filipe I de Portugal e II da Espanha, juntando as duas nações da península ibérica. Em 1580, iniciou a União Ibérica. A partir desse momento, todas as possessões portuguesas passaram ao controle dos espanhóis, o que, naturalmente, incluía o Brasil e também os países Bélgica e a Holanda.


Independência holandesa


            No final do século XVI, a principal atividade econômica exercida pelos portugueses no Brasil era a produção de açúcar. Essa atividade desenvolveu-se mediante financiamento holandês e, além disso, o refino do açúcar e sua distribuição na Europa eram feitos pelos holandeses. Havia, portanto, uma importante parceria econômica entre portugueses e holandeses.

            Porém, no final desse século, holandeses e espanhóis travavam a Guerra dos Oitenta Anos. A região da Holanda era dominada pela dinastia que reinava na Espanha: os Habsburgo. Os holandeses partiram à procura de independência, que seria garantida por meio da expulsão dos Habsburgo de seu território. Após a independência holandesa, Felipe II proibiu os comerciantes holandeses de atuar no lucrativo comércio de açúcar nas áreas dominadas pela coroa espanhola o que incluía o Brasil por causa da União Ibérica. O que fez surgir uma rivalidade entre a Holanda e a Espanha, nesse contexto os holandeses passaram a realizar invasões ao nordeste brasileiro visando voltar a participar do comércio do açúcar.


TEXTO II - INVASÕES HOLANDESAS


Holandeses em Salvador


Em 1621, foi fundada a Companhia das Índias Ocidentais (West-Indische Compagnie, com sigla WIC, em holandês), empresa que tinha como objetivo controlar o comércio de escravos na África e o de açúcar no Brasil.

Com o fim da trégua, a guerra entre Holanda e Espanha foi retomada, e os holandeses voltaram-se contra o Brasil. Houve um primeiro ataque contra Salvador, na Bahia, em 1624. Os holandeses conquistaram a capital do Brasil após horas de batalha, mas nunca conseguiram ir além da cidade de Salvador, pois a resistência local contra os holandeses foi muita.

Os holandeses ficaram em Salvador até meados de 1625, quando foram expulsos por causa da reconquista da cidade baiana com a ajuda dos 12 mil homens enviados pelos espanhóis. Expulsos, os holandeses continuaram agindo contra a Espanha por meio de ataques corsários. Em um deles, a cidade de Salvador foi saqueada, em 1627. No ano seguinte, os holandeses saquearam uma frota espanhola, rendendo uma fortuna considerável. Esse dinheiro foi usado na preparação da esquadra que atacou Pernambuco, em 1630.


Holandeses em Pernambuco


            Em 1630, cerca de sete mil homens foram enviados em uma esquadra organizada pela WIC. O ataque foi realizado contra Olinda, a capital da província de Pernambuco. No dia 14 de fevereiro de 1630, os holandeses conquistaram a cidade e, logo em seguida, transferiram a capital para Recife, considerado um local mais apropriado para montar as defesas contra invasores.

A partir desse feito, os holandeses conseguiram estabelecer uma colônia no Nordeste brasileiro e trataram de expandi-la rapidamente. A fase de 1630 a 1637 é justamente o momento em que os holandeses conseguiram tomar o controle de territórios que se estendiam do Ceará até as margens do Rio São Francisco.

A segunda fase da colônia holandesa é a mais expressiva e marcou o ápice da presença holandesa no Brasil. Essa fase estendeu-se de 1637 a 1643 e ficou marcada pelo governo de Maurício de Nassau colônia holandesa no Brasil


TEXTO III – O GOVERNO DE MAURÍCIO DE NASSAU


            Para consolidar sua conquista, a Companhia nomeou como governador o conde João Maurício de Nassau, que atuou nos domínios holandeses de 1637 até 1644. Nassau logo percebeu que, para pacificar a região e melhor poder administrá-la, teria que estabelecer boas relações com seus moradores mais ilustres, os senhores de engenho.

Para tal, proibiu a agiotagem praticada por agentes holandeses e conseguiu auxílio financeiro, na forma de crédito, para que reconstruíssem seus engenhos, destruídos nos cinco anos de combate. Diminuiu os tributos e ainda conseguiu a encampação das dívidas de alguns senhores, sustando, também, a penhora de seus bens. Além disso deu maior liberdade na venda de açúcar, cuja produção vinha se normalizando, e garantiu a liberdade religiosa aos cristãos. Esta medida gerou insatisfação entre os calvinistas (protestantes) holandeses.

Nassau também se preocupou com o embelezamento e a modernização de Recife, pavimentando ruas, drenando pântanos, construindo pontes e canais sobre os rios Capiberibe e Beberibe, transformando o pequeno vilarejo em moderno centro urbano. Trouxe também para Recife várias missões artísticas e científicas, procurando criar um ambiente cultural semelhante ao que se desfrutava na Europa. Além disso, foi promovida a liberdade religiosa em Pernambuco. A regência de Nassau durou até 1644.


Restauração portuguesa


            A Restauração Portuguesa, movimento que colocou fim à União Ibérica. Durante esse acontecimento, os portugueses engajaram-se na luta para retomar o controle de seus territórios, inclusive das colônias. Foi travada uma guerra que resultou na expulsão dos espanhóis e na coroação de D. João IV, fato que marcou o início da dinastia de Bragança.

Depois que os portugueses retomaram o controle de seu trono e de seus territórios, iniciaram uma luta contra os holandeses para os expulsarem de Pernambuco. Essa luta ficou conhecida como Guerras Brasílicas e concretizou-se em 1654, ano em que os holandeses foram expulsos definitivamente de Pernambuco.


ATIVIDADES


1 - Cite três realizações de Maurício de Nassau, durante a presença holandesa em Pernambuco.


2 – Quais as causas para as invasões holandesas no nosso país?


3 – O que foi a União Ibérica e de que forma ela contribuiu para a expansão holandesa sobre o território brasileiro?


4 – Resuma o domínio holandês sobre Salvador


5 – Baseado na atividade passada e nesta atividade quais os motivos dos holandeses dominarem a região nordeste do Brasil?


6 – Qual foi o impacto econômico que os holandeses tiveram ao se tornar independentes dos espanhóis?


7 – Explique o que foi a restauração portuguesa.










REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E SITES


www.infoescola.com.br

www.brasilescola.uol.com.br

www.históriadomundo.com.br

Projeto Araribá: História/organizadora Editora Moderna; Maria Raquel Apolinário. – 3. Ed. – São Paulo: Moderna, 2010

Cotrim, Gilberto. Historiar, 6º,7º e 8º ano: ensino fundamental, anos finais/Gilberto Cotrim, Jaime Rodrigues. 3º ed. São Paulo: Saraiva, 2008

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