INTRODUÇÃO
O Segundo Reinado foi o período da história brasileira em que o Brasil foi governado por Dom Pedro II. Esse período iniciou-se com o Golpe da Maioridade, de 1840, que antecipou a maioridade de D. Pedro II, permitindo-o assumir o trono com apenas 14 anos. D. Pedro II governou o Brasil até 1889 e, em seu reinado, diversas mudanças aconteceram no país.
TEXTO 1 – O GOLPE DA MAIORIDADE
O Golpe da Maioridade, também conhecido como Declaração da Maioridade, garantiu a D. Pedro II o cargo de imperador quando ele tinha 14 anos, em 1840. Oficialmente chamado de Declaração de Maioridade, foi a estratégia do partido liberal para dar fim ao Período Regencial (1831-1840), em que o Brasil passou a ser governado por regências, após a abdicação de D. Pedro I (pai de D. Pedro II) como imperador do País.
Em 23 de julho de 1840, Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança e Bourbon (nome completo de D. Pedro II) foi declarado maior de idade. O objetivo era restabelecer a estabilidade do Brasil. O País estava marcado pela instabilidade política e social do Primeiro Reinado (1822-1831) e que se mantinha do Período Regencial (1831-1840).
Muitos acreditavam que a instabilidade era causada especialmente em decorrência da omissão de uma figura que governasse o País. Assim, os liberais consolidaram a ideia de que era preciso centralizar novamente o poder.
Apoiado pelo partido liberal, o projeto que antecipava a maioridade avançou. Foi criado o Clube da Maioridade, que era liderado por Antônio Carlos de Andrada e Silva. A estratégia era reduzir a maioridade do imperador para que D. Pedro II, que transmitia a ideia de esperança, pudesse assumir a liderança do Brasil. D. Pedro II deu início ao Segundo Império do Brasil, cujo período compreende as datas de 23 de julho de 1840 a 15 de novembro de 1889, data da Proclamação da República.
TEXTO 2 – MUDANÇAS NO BRASIL
Com o golpe da maioridade, as classes dominantes e D. Pedro II procuraram deter o “carro da revolução”, como se dizia na época. Por essa razão, as medidas regressivas do período final da regência se intensificam depois de 1840. O objetivo era fortalecer novamente o poder central, diminuindo a liberdade concedida às províncias
Reforma do código do processo criminal (1841): o governo central do imperador passou a controlar todo o aparelho administrativo e judiciário
Reforma da Guarda Nacional: os oficiais eleitos foram substituídos por militares nomeados pelo governo do imperador e seus ministros, deixando assim de atender aos interesses das elites locais
TEXTO 3 – A GUERRA DO PARAGUAI
A Guerra do Paraguai foi um conflito que aconteceu de 1864 a 1870 e colocou Brasil, Uruguai e Argentina como aliados contra o Paraguai. A guerra foi causada pelos diferentes interesses que existiam entre as nações platinas na segunda metade do século XIX. O estopim para o início desse conflito, na visão paraguaia, deu-se quando o Brasil invadiu o Uruguai para lutar contra os blancos.
Na ótica brasileira, o estopim do conflito ocorreu quando os paraguaios aprisionaram uma embarcação brasileira — o vapor Marquês de Olinda. Em dezembro de 1864, os paraguaios atacaram o Mato Grosso, e, em maio, Argentina, Brasil e Uruguai aliaram-se por meio do Tratado da Tríplice Aliança. O Paraguai foi oficialmente derrotado, e Solano López foi morto em março de 1870.
Causas da Guerra do Paraguai
As razões para o conflito desencadearam-se a partir de 1862, quando Francisco Solano López assumiu como presidente paraguaio. O presidente e ditador paraguaio colocou em prática uma política de aproximação com os federalistas de Urquiza – adversários do governo de Buenos Aires – e com os blancos uruguaios – adversários dos governos argentino e brasileiro.
A aproximação com os blancos era importante para o Paraguai porque garantiria uma saída para o mar. No entanto, internamente, o Uruguai vivia um período de grande turbulência política por causa da disputa pelo poder travada entre blancos e colorados. Os colorados, liderados por Venancio Flores, lutavam contra o presidente do país, o blanco Bernardo Berro.
Essa disputa política repercutiu no Brasil quando o governo brasileiro passou a ser pressionado pelos estancieiros gaúchos para que seus interesses no Uruguai fossem defendidos. O governo brasileiro deu seu apoio aos colorados e demonstrou interesse em intervir militarmente no Uruguai.
O interesse brasileiro não agradou ao presidente do Paraguai, que havia sido convencido por seus aliados – os blancos – de que a ingerência brasileira fazia parte de um projeto de anexação do território uruguaio e, em um futuro próximo, do Paraguai. O Brasil, porém, interferiu no Uruguai apenas para garantir seus interesses econômicos e não possuía interesses expansionistas.
A ação brasileira gerou uma resposta do governo paraguaio, que lançou em agosto de 1864 um ultimato para que o Brasil não interviesse no conflito uruguaio. O ultimato paraguaio foi ignorado pelo governo brasileiro, que invadiu o Uruguai em setembro de 1864 e colocou os colorados no poder.
Em represália à interferência brasileira, Francisco Solano López autorizou o ataque ao Brasil e, em dezembro do mesmo ano, uma embarcação brasileira que navegava o Rio Paraguai foi aprisionada. Em seguida, a província do Mato Grosso foi invadida por tropas paraguaias. A guerra teve início.
Quais foram os principais acontecimentos do conflito?
Após o início da Guerra do Paraguai, o conflito pode ser dividido em dois momentos distintos, sendo um deles caracterizado pelo predomínio das ações ofensivas por parte do Paraguai. Esse período, no entanto, teve breve duração e foi logo substituído pelo predomínio das ações ofensivas por parte dos membros da Tríplice Aliança (Brasil, Uruguai e Argentina). A Inglaterra financiou as ações de guerra da Tríplice Aliança dando a ela condições para o conflito cobrando altos juros sobre este empréstimo e lucrando com o conflito sul-americano.
Após a invasão do Mato Grosso, o exército paraguaio coordenou ofensivas militares que ocasionaram a invasão do Rio Grande do Sul e da província argentina de Corrientes. A invasão da província de Corrientes foi responsável pela entrada da Argentina na guerra. A entrada dos argentinos possibilitou a formação da Tríplice Aliança, formalizada em 1º de maio de 1865 e composta por Brasil, Argentina e Uruguai.
A invasão do Rio Grande do Sul e a de Corrientes foram grandes fracassos do exército paraguaio, que foi obrigado a recuar de volta para seu território e posicionar-se defensivamente. Isso deu início à segunda fase do conflito, na qual os países da Tríplice Aliança tomaram conta das grandes ações ofensivas.
Nesse período, destacou-se a Batalha Naval de Riachuelo (junho de 1865), na qual a Marinha brasileira alcançou uma vitória importantíssima. Nessa batalha, a Marinha paraguaia foi quase inteiramente derrotada e foi imposto um bloqueio naval ao Paraguai, que ficou impedido de receber provisões durante o restante da guerra.
Outro destaque pode ser feito para a Batalha de Curupaiti, caracterizada por uma grande derrota dos exércitos da Tríplice Aliança. Estima-se que de 4 a 9 mil soldados (entre brasileiros, argentinos e uruguaios) tenham morrido nessa batalha.
Uma vitória fundamental dos exércitos da Tríplice Aliança aconteceu durante a conquista da Fortaleza de Humaitá, em 1868. A Fortaleza de Humaitá era um ponto estratégico da defesa paraguaia, e sua conquista abriu margem para novas conquistas. O enfraquecimento das defesas paraguaias após perderem Humaitá permitiu ao Brasil e aos seus aliados conquistarem Assunção, capital paraguaia, em 1869.
As batalhas de destaque após a conquista de Assunção foram, primeiramente, a Batalha de Acosta Ñu, famosa pelo fato de o exército paraguaio que lutou nela ter sido composto por adolescentes com menos de 15 anos. A derrota final do Paraguai aconteceu na Batalha de Cerro Corá, em março de 1870, quando Francisco Solano López foi morto por soldados brasileiros
ATIVIDADE DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
1 - Entre 1864 e 1870, a chamada Tríplice Aliança enfrentou o Paraguai em um conflito que ficou conhecido como Grande Guerra ou Guerra do Paraguai.
a) Quais os países que formavam a Tríplice Aliança?
b) Como se deu o início do conflito entre o Brasil e o Paraguai?
2 - Uma das causas da guerra foi o choque de interesses políticos entre as nações da bacia platina. Dado aquele contexto, quais eram os grandes aliados dos paraguaios antes do conflito?
a) federalistas e blancos
b) unitaristas e colorados
c) blancos e colorados
d) federalistas e unitaristas
e) unitaristas e blancos
3 - A Guerra do Paraguai, considerada o maior conflito armado da história da América do Sul, além de provocar a morte de inúmeros paraguaios, brasileiros, argentinos e uruguaios, foi a causa do desequilíbrio econômico e do aumento substancial das dívidas externas dos países envolvidos no conflito. Apesar disso, a guerra foi um "bom negócio" para:
a) os paraguaios, que conquistaram territórios estratégicos para seu desenvolvimento na Bacia do Prata;
b) os argentinos, que conquistaram vastas porções do território paraguaio e anexaram áreas do Rio Grande do Sul;
c) os norte-americanos, que aumentaram a sua exportação de açúcar e trigo para o Uruguai e para o Brasil;
d) os brasileiros, que não tiveram grandes prejuízos com a guerra e conquistaram parte do território argentino e paraguaio;
e) os ingleses, que emprestaram milhões de libras para os países da Tríplice Aliança, com juros altos, através de seus bancos.
4 – Quais foi o resultado final da Guerra do Paraguai?
5 – Quais as mudanças realizadas no Brasil para conter o avanço das revoltas regenciais
6 – O que foi o golpe da maioridade? Qual era o seu objetivo?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E SITES
www.infoescola.com.br
www.brasilescola.uol.com.br
www.históriadomundo.com.br
Projeto Araribá: História/organizadora Editora Moderna; Maria Raquel Apolinário. – 3. Ed. – São Paulo: Moderna, 2010
Cotrim, Gilberto. Historiar, 6º,7º e 8º ano: ensino fundamental, anos finais/Gilberto Cotrim, Jaime Rodrigues. 3º ed. São Paulo: Saraiva, 2008