- Em aulas passadas no centro de mídias e em atividades estudamos sobre o 2º reinado, o reinado de D. Pedro II, veremos hoje as causas que levaram o segundo reinado ao seu fim e faremos analise de imagem sobre esse importante fato histórico de nosso país.
- Pesquise as características do sistema republicano de governo.
- Pesquise o que é uma república.
TEXTO I - Movimento abolicionista
A abolição da escravatura no Brasil não foi resultado da benevolência do Império, como muitos acreditam. Essa conquista foi resultado do engajamento popular contra essa instituição, e a pressão popular sobre o Império foi o fator que fez com que a escravidão fosse abolida em 13 de maio de 1888.
Conforme o movimento abolicionista ganhava força, os grupos escravocratas articulavam-se politicamente para barrar o avanço do abolicionismo. O debate no campo político encaminhou a aprovação de uma lei, em 1871, conhecida como Lei do Ventre Livre. Essa lei declarava que todo nascido de escrava, a partir de 1871, seria declarado livre, mas desde que prestasse um tempo de serviço, sendo libertado com oito anos (com indenização) ou com vinte e um anos (sem indenização).
Essa lei foi decretada para atender uma série de interesses dos donos de escravos, mas foi utilizada frequentemente por advogados e rábulas (advogado sem formação acadêmica) abolicionistas na defesa dos escravizados. Essa atuação na lei foi uma das formas de resistência popular contra a instituição da escravidão em nosso país. Outra lei criada pelos escravocratas para atender seus interesses de transição gradual foi a Lei dos Sexagenários, de 1885 que tornava livre escravos com mais de 60 anos, o que na prática não representava grandes mudanças haja visto que os escravos quando muito chegavam aos 50 anos.
A mobilização abolicionista, por sua vez, não ficou reclusa a isso. Entre 1868 e 1871, surgiram 25 associações que defendiam a abolição em diferentes províncias do Brasil. Um dos nomes que já estava envolvido com essas associações foi Luís Gama, advogado negro que atuou arduamente na defesa da abolição.
O crescimento da causa abolicionista aconteceu a partir da década de 1870, mas, na década de 1880, esse foi o assunto mais debatido do país. O crescimento do abolicionismo é expresso no dado que aponta que, entre 1878 e 1885, surgiram 227 associações abolicionistas no país. Essa quantidade de associações contribuiu para espalhar a causa publicamente e fez com que as classes populares do país começassem a defender o abolicionismo.
Entre essas associações, a maior e mais importante delas foi a Confederação Abolicionista, associação criada por André Rebouças e José do Patrocínio. A historiadora Ângela Alonso alega que a Confederação Abolicionista “coordenou a propaganda em escala nacional, agrupando associações e desencadeando a campanha de libertação”.
A resistência contra a escravidão também ocorreu nas vias “ilegais” (pela legislação da época) e era comum que pessoas abrigassem escravos fugidos e que essas associações abolicionistas organizassem movimentos que roubavam escravos de seus donos e os levavam para o Ceará (local onde a abolição aconteceu em 1884). Caso tenha interesse em saber mais sobre isso, sugerimos a leitura deste texto: Caifazes e o abolicionismo popular.
Esses grupos abolicionistas criavam rotas de fuga para os escravos, divulgavam panfletos, publicavam textos em defesa da causa em jornais, organizavam conferências e eventos públicos, forjavam papeis de alforria etc. Grupos intelectualizados, como escritores, advogados e jornalistas aderiram à causa, mas também grupos populares, como associações de trabalhadores.
A movimentação contra a escravidão não aconteceu apenas pela população livre do Brasil, mas contou com o envolvimento fundamental dos escravos. Segundo o historiador João José Reis, a ação dos escravos foi fundamental, pois impôs os limites aos senhores de escravos e contribuiu abertamente para a abolição da escravatura em 1888.
Durante todo o século XVIII, mas, principalmente a partir da década de 1870, os escravos organizaram-se e rebelaram-se contra a escravidão. Entre as formas de resistência estão as fugas que poderiam ser individuais ou coletivas, as revoltas que exigiam melhorias no seu trato e havia revoltas que resultavam na morte dos senhores de escravos.
Os escravos que fugiam abrigavam-se em quilombos que, na segunda metade do século XIX, se espalharam pelo país, sobretudo em regiões como Santos e o Rio de Janeiro. Em um desses quilombos – o Quilombo do Leblon – surgiu o símbolo do movimento abolicionista na década de 1870 e 1880: a camélia branca.
A lei áurea de 1888
A adesão de diferentes grupos ao abolicionismo fez com que a causa ganhasse força em nível nacional. Essa ação, como percebemos, mobilizou os próprios escravos, contou com a adesão de diferentes grupos da sociedade e tomou espaço no debate político. Em 1887, a situação era insustentável: as revoltas de escravos espalhavam-se pelo país e as autoridades não conseguiam mais controlá-las.
Os abolicionistas chegaram até a convocar a população às armas para defender a causa abolicionista, e, no começo de 1888, parte dos grupos políticos que defendiam a escravidão acabaram aderindo à causa abolicionista. O projeto pela abolição foi proposto pelo político do Partido Conservador João Alfredo, e, após ser aprovada pelo Senado, foi levada para que a regente do Brasil, a princesa Isabel assinasse a Lei Áurea, em 13 de maio de 1888.
Com a aprovação da Lei Áurea, a festa do povo espalhou-se pelas ruas do Rio de Janeiro e foi estendida por dia. As festas populares não aconteceram somente no Rio de Janeiro, mas espalharam-se pelo país e ocorreram em locais como Recife e Rio de Janeiro e em zonas rurais do país.
TEXTO II – Crise no império
Durante quase 70 anos o Brasil viveu um regime monárquico, pois de 1822 a 1889 o país foi governado por dois imperadores: D. Pedro I e D. Pedro II. Ao longo dos anos, esse regime já não conseguia atender as necessidades sociais do povo. O baixo clero e os profissionais liberais tais como comerciantes, agricultores, médicos e outros, estavam insatisfeitos com o atual cenário político do país, pois eles não tinham poder de decisão.
O antigo imperador D. Pedro II, que foi quem governou o país por mais tempo, criou uma grande briga com a Igreja Católica devido à grande interferência que exercia nas questões religiosas.
O regime monárquico também impôs grande censura aos militares, que se sentiam descontentes desde o não reconhecimento da participação deles na Guerra do Paraguai (1864-1870). Isso foi um dos principais fatores que desencadeou a organização do movimento republicano e a organização da Proclamação da República.
A população exigia um país mais democrático e menos autoritário. Deodoro da Fonseca, bem como outros militares que participaram do ato da Proclamação da República, eram a favor da Monarquia. Mas, com a desvalorização que acontecia em relação a eles, muitos estavam se sentindo traídos.
No início, o objetivo era derrubar apenas o gabinete do imperador, por isso Deodoro da Fonseca agiu por acreditar que haveria represália do governo, caso ele fosse preso. Contudo, não foi o que aconteceu, pois o governo monárquico não esboçou nenhuma reação.
Os fazendeiros e proprietários de escravos se voltaram contra D. Pedro II após a abolição da escravatura em 1888. Com isso, os cafeicultores do oeste paulista exigiam mais autonomia, democracia e participação na política do país. Diante de todos esses problemas, da falta de apoio popular e das críticas oriundas de vários setores sociais, o imperador e toda a sua Monarquia se sentiam enfraquecidos.
TEXTO III - PROCLAMÇÃO DA REPÚBLICA
A República Federativa Brasileira nasce pelas mãos dos militares que se veriam a partir de então como os defensores da Pátria brasileira. A República foi proclamada por um monarquista. Deodoro da Fonseca assim como parte dos militares que participaram da movimentação pelas ruas do Rio de Janeiro no dia 15 de Novembro pretendiam derrubar apenas o gabinete do Visconde de Ouro Preto. No entanto, levado ao ato da proclamação, mesmo doente, Deodoro age por acreditar que haveria represália do governo monárquico com sua prisão e de Benjamin Constant, devido à insurgência dos militares.
A população das camadas sociais mais humildes observam atônitos os dias posteriores ao golpe republicano. A República não favorecia em nada aos mais pobres e também não contou com a participação desses na ação efetiva. O Império, principalmente após a abolição da escravidão tem entre essas camadas uma simpatia e mesmo uma gratidão pela libertação. Há então um empenho das classes ativamente participativas da República recém-fundada para apagar os vestígios da monarquia no Brasil, construir heróis republicanos e símbolos que garantissem que a sociedade brasileira se identificasse com o novo modelo Republicano Federalista. Assim, no dia 18 de novembro, após a Proclamação da República, D. Pedro II e a Família Real partiram rumo à Europa.
Fontes: https://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-abolicao-escravatura.
https://www.infoescola.com/historia-do-brasil/proclamacao-da-republica/
https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/proclamacao-da-republica
ATIVIDADES
1 – Observe a imagem abaixo:
A) Quais os elementos presentes na imagem?
B) A que fato histórico ela remete? Justifique com elementos da imagem a sua resposta.
C) Qual a reação dos brancos em relação ao fato relatado?
2 – Observe a próxima imagem:
A) Ambas as imagens falam sobre a proclamação da república mais de formas diferente. Qual é a abordagem da primeira imagem e qual é a abordagem da segunda?
B) Quais os elementos em comum em ambas as imagens?
C) Quais os elementos presentes nas imagens te parecem ser exagerado?
D) Na segunda imagem temos a mulher em primeiro plano que representa a república. Quais outros elementos podemos ver nesta imagem e que remetem a proclamação da república?
3 – Quais foram os fatores que foram determinantes para a proclamação da república?
4 – O que foi a lei do ventre livre e a lei dos sexagenários? Quais as suas contradições e que tornam elas leis fajutas?
5 – Qual a relação existente entre a proclamação da república e a escravidão?
6 – Quais as formas de resistência os negros escravizados utilizavam?
7 – Houve participação popular nos movimento de luta pelo fim da escravidão? De que forma?