29 Apr

Atividades de Língua Portuguesa- 9 ano - Profª Sheila – 1º Bimestre - 2020

Nome:                                                              nº                                              Data:


Texto 1

O lobisomem

Como todas as mulheres da  aldeia, Lola costumava lavar  as roupas no  rio.  Naquele dia,  porém, não pôde ir à hora costumeira com  as amigas, e foi para  o rio sozinha, no  fim da tarde. O local  estava solitário: só havia um  rapaz que  pescava na  outra margem do rio.

Enquanto ensaboava um  vestido, Lola deixou cair a trouxa no  rio. O grito da moça chamou a atenção do pescador, que  mergulhou e alcançou a trouxa. Dias depois, os dois se encontraram outra vez. Aos poucos, começou o namoro. Quando o irmão de Lola conheceu o rapaz, ficou  bastante desconfiado.

“Você  reparou que  a pele  dele  é amarelada?”, perguntou Ulisses. “Não”, respondeu a moça.

“Dizem que  quem tem  essa cor amarelada é lobisomem”, disse  o irmão. “Você  está  louco!”, esbravejou Lola.

Para saber  ao certo quem era aquele rapaz, Ulisses foi até  a fazenda em  que  ele trabalhava. Lá encontrou um amigo, que  fez aumentar a sua desconfiança.

“Eu suspeito desse  moço: tem  uma cor  esquisita e é o sétimo filho de  dona Zefa.  E, como dizem, o sétimo é o dízimo do diabo”.

Lola começou a notar que  ele tinha um  jeito esquisito, e foi direto ao assunto: “Gostaria de saber  se você  é lobisomem”, perguntou.

“Está maluca, Lola?”,  disse  o rapaz contrariado. “Desculpe. É que  falam tanta coisa...”

E não tocaram mais  no  assunto.

Numa noite de verão, Lola acordou e foi até a varanda. Percebeu um  movimento no  jardim e quis  ver o que  era. Topou com  um  bicho grande, com  os dentes arreganhados. Nunca tinha visto  um  animal como aquele, mistura de lobo e porco, e teve  certeza de que  era o lobisomem. O bicho avançou, abocanhando o robe  da moça. Muito rápida, ela se livrou do robe  e entrou em casa correndo. No dia seguinte, encontrou o namorado. Enquanto conversavam, ele deu  uma risada e ela percebeu um  fiozinho cor-de-rosa, da cor do  seu  robe, preso num dos  dentes do  rapaz. Lola saiu  correndo, e ele a seguiu, sem  saber  o que  estava acontecendo, mas  depois de algum tempo desistiu.

No domingo, quando Ulisses  foi comprar pão,  a padaria estava um  rebuliço. Frederico, que  morava perto do namorado de Lola, contava que  de madrugada tinha ouvido um  barulho estranho na fazenda de Ígor.  O barulho vinha do galinheiro, e ele saiu  com  o irmão para  ver o que  estava acontecendo. Ouviram um  uivo  longo e olharam para  o céu:  era noite de lua  cheia. Uma  enorme sombra projetava-se para  fora do galinheiro — aquilo não era homem! Os irmãos atiraram. A fera — com  cabeça e tronco de lobo e per- nas de homem — saiu do galinheiro. Ígor mirou a cabeça e acertou. O bicho caiu,  estrebuchou longamen- te e depois silenciou. Morto, o bicho se transformou. O tronco continuou sendo de animal, mas  a cabeça foi adquirindo traços humanos até ficar com  a cara  do namorado de Lola.

Silvana Salerno.  Viagem pelo Brasil em 52  histórias. São Paulo: Companhia  das Letrinhas, 2010. p. 140-1.


1. Na história lida, como  em toda narrativa,  há uma sequência de fatos  e ações que desencadeiam novos fatos  e ações. Complete o diagrama com  as relações de causa e consequência.

Situação inicial

Lola e todas as mulheres da aldeia costumavam lavar roupas no rio.

Fato

Lola não pôde  ir ao rio à hora costumeira e dirigiu-se para lá sozinha,  no fim da tarde.

Consequência

A trouxa de roupa caiu no rio. Um único rapaz que estava por ali pescando mergulhou e pegou a trouxa para Lola.

Fato

Consecuencia

Lola e o rapaz encontraram-se outras vezes.



Foi investigar quem era aquele estranho rapaz.

Lola se cansou das insinuações do irmão, mesmo assim ficou meio desconfiada.


Frederico e o irmão saíram para verificar a razão de um barulho que partia do galinheiro.



2. Que fato levou Ulisses a desconfiar do namorado de Lola? Segundo o texto, por que Lola não deu atenção às palavras cautelosas do irmão?


3. O namorado de Lola sabia de sua condição? Encontre no texto pelo menos um argumento que compro- ve sua resposta.


4. Observe que quase todas as personagens têm  nome: Lola, Ulisses, Ígor, dona Zefa; só o namorado de Lola não foi nomeado. Por que isso pode  ter acontecido?


5. Em geral, as histórias populares encerram uma  moral ou um ensinamento. As pessoas que  as contam para os mais jovens esperam que  eles aprendam com  os erros ou acertos das personagens principais. Nesse caso, a personagem que estava correndo risco era Lola. Que lição é possível deduzir dessa história?

a) Nunca ande  sozinha.

b) Nunca escute seu  irmão.

c) Seja menos distraída.

d) Desconfie de estranhos.


6. Copie do texto  três  advérbios ou locuções adverbiais que  indicam  o tempo em  que  os fatos  contados ocorreram.


7. Leia as duas  frases abaixo e compare o uso dos termos destacados em cada uma  delas.

•“O local estava solitário: só havia um rapaz que pescava na outra margem do rio”.•“Quando o irmão de Lola conheceu o rapaz, ficou bastante desconfiado”.

a) Qual a classe gramatical dos termos destacados?


b) Explique por que  em  hipótese alguma o o destacado na segunda frase poderia ser substituído por um.


8. Releia  as  frases tiradas  do texto, observando o termo em  destaque, depois explique  por que  neste caso  se usa o pronome demonstrativo essa, e não esta.

“Você reparou que a pele dele é amarelada?” 

“Dizem  que quem tem  essa cor amarelada é lobisomem […]”


9. Em relação  ao verbo destacado, assinale a alternativa correta: “’Gostaria de saber se você é lobisomem’, perguntou.”

a) Lola usou  o verbo no futuro do pretérito para indicar uma  verdade que o rapaz não podia negar.

b) Lola usou  o verbo no futuro do pretérito como  uma  forma gentil de perguntar.

c) Lola usou o verbo no futuro do subjuntivo por indicar uma possível verdade, pois o rapaz poderia  ser um lobisomem.

d) Lola usou o verbo no futuro do presente para indicar uma possível verdade, pois o rapaz poderia  ser um lobisomem.


10. Reescreva a frase  a seguir,  substituindo o pretérito mais-que-perfeito composto pelo pretérito mais-que-perfeito simples.

“Nunca tinha visto um animal como  aquele, mistura de lobo e porco,  e teve  certeza de que era o lobisomem.”

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