20 May

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Leia os textos abaixo:


A formação dos estados nacionais


            O termo "Estados Nacionais" costuma ser utilizado para designar o resultado da dinâmica política e econômica que levaria a uma nova formulação de Estado nos reinos europeus, possibilitando o fortalecimento e subsequente centralização do poder real.

Durante a Idade Média, a Europa em geral seria caracterizada pela forte presença política dos senhores feudais. Junto com a influência da Igreja, isso acabaria por assegurar a fragmentação do poder durante o período. No século XIV, porém, este sistema afundou em uma forte crise depois da desagregação social causada pela epidemia de peste bubônica e as cruzadas, que em muito agravaria a crescente paralisação do mercado agrícola.


Peste Bubônica


A peste negra tem sua origem no continente asiático, precisamente na China. Sua chegada à Europa está relacionada às caravanas de comércio que vinham da Ásia através do Mar Mediterrâneo e aportavam nas cidades costeiras europeias, como Veneza e Gênova. Calcula-se que cerca de um terço da população europeia tenha sido dizimada por conta da peste.

A propagação da doença, inicialmente, deu-se por meio de ratos e, principalmente, pulgas infectados com o bacilo, que acabava sendo transmitido às pessoas quando essas eram picadas pelas pulgas – em cujo sistema digestivo a bactéria da peste multiplicava-se. Num estágio mais avançado, a doença começou a se propagar por via aérea, por meio de espirros e gotículas. Esta enfermidade matou 2/3 da Europa e fragilizou bastante o sistema feudal


As Cruzadas


As Cruzadas foram todas as expedições militares organizadas pela Igreja Católica que aconteceram entre os séculos XI e XIII. O objetivo dessas expedições era conquistar a chamada Terra Santa (modo como os cristãos referem-se à Palestina) para que fossem criados reinos cristãos na região.

Ao longo dos anos, os cristãos foram perdendo todos os territórios que haviam conquistado durante suas expedições, e o saldo final das Cruzadas foi de derrota, com o último reduto dos cristãos, chamado Acre, conquistado em 1291 pelos mamelucos egípcios. As Cruzadas acabaram por aumentar as diferenças entre cristãos e muçulmanos, entretanto, contribuíram para um grande impulso comercial, que resultou em mudanças na Europa medieval, como o renascimento urbano e o uso da moeda, além disso, as cruzadas impulsionaram o comércio a partir das rotas comerciais que foram formadas pelos cruzados que ligavam a Europa à Ásia. Neste contexto, ocorreu a ascensão da burguesia. Anteriormente mais predominante nas atividades comerciais das cidades feudais, o grupo se tornaria cada vez mais influente ao adquirir as terras dos arruinados senhores feudais, o que lentamente alteraria o eixo da economia para as atividades comerciais no meio urbano. Isso desenvolveria substancialmente o comércio.


A formação dos reinos europeus


A diminuição do poder dos senhores feudais também levaria ao fortalecimento político dos reis. Aliados com a ascendente burguesia, os monarcas tiveram maior possibilidade de arrecadar os impostos necessários para desenvolver e manter as instituições necessárias para a administração e segurança pública. Os recursos para isso eram garantidos por meio da promoção da economia mercantil. Ao mesmo tempo em que beneficiava a burguesia, entretanto, o rei ainda cultivava o apoio da nobreza, reforçando os laços de fidelidade entre eles ao atraí-los para a corte e promovendo seus membros mais destacados para importantes cargos no Estado. Desta forma, a nobreza perdia sua autonomia e se tornava subserviente ao rei. Ao mesmo tempo, as fronteiras tornavam-se melhor definidas, gerando paulatinamente o sentimento de uma identidade nacional pelo reino.

O reino português e espanhol


A instalação das monarquias espanhola e portuguesa é usualmente compreendida a partir das guerras que tentaram expulsar os muçulmanos da Península Ibérica, as chamadas Guerras de Reconquista. Desde o século VIII os árabes haviam dominado boa parte do território ibérico em função da expansão muçulmana ocorrida no final da Alta Idade Média. A partir do século XI, no contexto das Cruzadas, os reinos cristãos que dominavam a região norte formaram exércitos com o objetivo de reconquistar as terras dos chamados “infiéis”.

Os reinos de Leão, Castela, Navarra e Aragão juntaram forças para uma longa guerra que chegou ao fim somente no século XV. Nesse processo, os reinos participantes desta guerra buscaram o auxílio do nobre francês Henrique de Borgonha que, em troca, recebeu terras do chamado condado Portucalense e casou-se com Dona Teresa, filha ilegítima do rei de Leão. Após a morte de Henrique de Borgonha, seu filho, Afonso Henriques, lutou pela autonomia política do condado.

A partir desse momento, a primeira dinastia monárquica se consolidou no Condado Portucalense dando continuidade ao processo de expulsão dos muçulmanos. As terras conquistadas eram diretamente controladas pela autoridade do rei, que não concedia a posse hereditária dos feudos cedidos aos membros da nobreza. Paralelamente, a classe burguesa se consolidou pela importante posição geográfica na circulação de mercadorias entre o Mar Mediterrâneo e o Mar do Norte.

No ano de 1383, o trono português ficou sem herdeiros com a morte do rei Henrique I. Nesse momento, o reino de Castela tentou reivindicar o domínio das terras lusitanas apoiando o genro de Dom Fernando. Sentindo-se ameaçada, a burguesia lusitana empreendeu uma resistência ao processo de anexação de Portugal formando um exército próprio. Na batalha de Aljubarrota, os burgueses venceram os castelhanos e, assim, conduziram Dom João, mestre de Avis, ao trono português.

Na medida em que os espanhóis ganharam terreno com suas conquistas, passaram a desenvolver reinos e vice-reinos. Os reinos de Castela, Leão e Aragão unificaram-se com o casamento de Fernando (de Aragão) e Isabel (de Castela e Leão). Dessa união, resultou a formação da Monarquia Espanhola, que no ano de 1492 expulsou o último reduto islâmico do sul da Península Ibérica.


A guerra dos cem anos


Nome habitual que se dá aos diversos conflitos armados, interrompidos por tréguas e tratados de paz, iniciados em 1337 e que terminaram no ano 1453, entre as duas grandes potências europeias da época: Inglaterra e França. O pretexto imediato para a interrupção das hostilidades foi a pretensão dos reis da Inglaterra de ocupar o trono da França. Eduardo III da Inglaterra, da Casa dos Plantagenetas, alegou ser o herdeiro legal do trono francês, já que sua mãe Isabel era irmã do rei Carlos IV da França, que havia sido morto no ano 1328. O conflito também se dava pela disputa entre ingleses e franceses por ducados e terras que na época estavam nas mãos dos ingleses.


A formação da Monarquia Inglesa


A Inglaterra possuía um reinado extremamente instável, vários foram os reis ingleses que sucederam o poder sem estabelecer de verdade o absolutismo fato. Em 1453, com o término da Guerra dos Cem Anos, as famílias Lancaster e York disputaram a sucessão do trono inglês. Conhecida como Guerra das Duas Rosas, esse conflito se resolveu somente quando o Lancaster Henrique Tudor buscou o apoio da burguesia para dar fim à contenda. Nomeado como Henrique VII, esse monarca deu início à dinastia Tudor, que inaugurou o estabelecimento dos regimes absolutistas na Inglaterra.


A formação da monarquia francesa


A formação do Estado Absolutista Francês, ou da Monarquia Nacional Francesa, está ligada à ascensão da defesa do modelo do absolutismo na França, cujo principal arquiteto foi Armand Jean Du Plessis, o Cardeal Richelieu (1585-1642). Richelieu tornou-se ministro da França em 1624, nomeado pela rainha Maria de Médice. A partir de então, Richelieu passou a empreender uma profunda reforma no sistema político francês, endurecendo o poder executivo, acentuando a doutrina da origem divina do poder do rei e rechaçando os aristocratas que se interpunham ao seu projeto, incluindo a rainha.

Apesar de assentar as bases do Estado Francês, o poder do cardeal Richelieu passou pela provação da Guerra dos Trinta Anos (1618-1648). Essa foi uma guerra de principados e nações modernos contra a autoridade do Sacro Império Romano-Germânico, que buscava a unidade de todos os tronos europeus. A guerra foi extremamente dispendiosa para os envolvidos e só terminou com a chamada Paz de Westfália.

A França foi uma das vencedoras da guerra, entretanto, sua economia estava em frangalhos. Após a morte de Richelieu, outro ministro ficou encarregado de reformar os quadros econômicos do país, o cardeal Mazanino. No entanto, as medidas tomadas por Mazarino foram demasiadamente impopulares, como o aumento de impostos. Essas medidas acabaram levando à revolta popular, expressa nas “Frondas de Paris”, isto é, levantes populares que acarretaram a ocupação do Palácio Real do Louvre.

A situação do Estado Francês só retornou à estabilidade com a ascensão de Luís XIV ao trono em 1661. Com Luís XIV, o absolutismo reencontrou sua estrutura bem acabada na França. Esse foi o monarca que também ficou conhecido como Rei Sol. Com Luís XIV, a doutrina do direito divino dos reis entrou em seu vigor máximo. Sua estrutura política era baseada em seu grupo de conselheiros, que, com o tempo, foram tornando-se governadores das províncias. Toda a fonte de poder emanava da figura do rei.

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Vídeo complementarhttps://www.youtube.com/watch?v=-JqWIaZVilo 


ATIVIDADES


1 – Observe a imagem abaixo:


A) O que a coroa diz sobre a pessoa que a usa?

B) Qual sistema de governo representa a coroa usada por Elizabeth I?

C) O que você achou de interessante na imagem acima?

D) Quais os outros objetos que ela usa nessa imagem?


2 – Quais fatores são apontados no texto como causadores do declínio do sistema feudal? Explique-os


3 – O que foi a Guerra das Duas Rosas? De que forma essa guerra afetou a formação da monarquia inglesa?

4 – Qual a causa das cruzadas?


5 – Um dos fatores responsáveis pela criação dos estados nacionais ibéricos (Portugal e Espanha) foi a guerra de reconquista, indique o que foi esse conflito.


6 -  A frase de Luís, “L’Etat c’est moi” (o estado sou eu), como definição da natureza do absolutismo monárquico, significava:


a) (     ) A unidade do poder estatal, civil e religioso, com a criação de uma igreja Francesa (nacional).

b) (      ) A superioridade do príncipe em relação a todas as classes sociais, reduzindo a um lugar humilde a burguesia enriquecida.

c) (       ) A submissão da nobreza feudal pela eliminação de todos os seus privilégios fiscais.

d) (       ) A centralização do poder real e absoluto do monarca na sua pessoa, sem quaisquer limites institucionais reconhecidos.

e) (        ) O desejo régio de garantir ao Estado um papel de juiz imparcial no conflito entre a aristocracia e campesinato.


7 - Cite e explique dois exemplos de fatos que favoreceram o surgimento do absolutismo na Europa.


8 – Sobre a guerra dos cem anos explique:


A) Quais os países que estavam envolvidos?

B) Quais foram os motivos para o início do conflito?






REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E SITES


www.infoescola.com.br

www.brasilescola.uol.com.br

www.históriadomundo.com.br

Projeto Araribá: História/organizadora Editora Moderna; Maria Raquel Apolinário. – 3. Ed. – São Paulo: Moderna, 2010

Cotrim, Gilberto. Historiar, 6º,7º e 8º ano: ensino fundamental, anos finais/Gilberto Cotrim, Jaime Rodrigues. 3º ed. São Paulo: Saraiva, 2008

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