20 May

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Leia o texto abaixo:


PROJETO GIRONDINO


Com a chegada ao poder dos revolucionários franceses em 1789, dois projetos políticos passaram a ser confrontados para definir aquele que deveria nortear os novos caminhos a serem tomados pelo país: de um lado as diretrizes instituídas pela alta burguesia, baseadas no liberalismo e na defesa da propriedade privada, mas com o estabelecimento de claros limites à participação política (voto censitário, por exemplo); e de outro os valores advogados pela pequena burguesia e pelos demais setores do Terceiro Estado, direcionados aos anseios dos grupos sociais mais populares (como a instituição do voto universal).

Durante a Convenção (1792-1794), tais projetos se cristalizaram através da formação de dois grupos políticos, os girondinos e os jacobinos. Representantes da pequena e média burguesia, esses últimos pareciam ser aqueles que melhor poderiam atender às pretensões dos indivíduos menos abastados. No entanto, durante os quase dois anos nos quais lideraram o governo revolucionário, os jacobinos enfraqueceram boa parte de sua popularidade através da implementação de ações autoritárias e violentas. A resistência ao “Terror” jacobino abria espaço, assim, ao retorno dos girondinos à direção do governo.

Com o estabelecimento do “Diretório” (1795-1799), as medidas populares tomadas pelo governo jacobino foram anuladas. Além disso, uma forte crise econômica acometeu o país, fragilizando a governança girondina. Buscando-se legitimar frente à sociedade francesa, os girondinos arquitetam, então, um golpe político, o “Golpe do 18 Brumário”. Neste momento, o Diretório é destituído e em seu lugar formata-se um novo governo, ainda representado pela alta burguesia, mas agora liderado pelo vitorioso e popular general Napoleão Bonaparte.



CÓDIGO NAPOLEÔNICO


No ano de 1799, foi instituído o “Consulado” (1799-1804). Iniciava, assim, o governo de Napoleão, que viria a durar até meados de 1815, quando o líder francês foi definitivamente derrotado por uma coligação internacional formada pela Inglaterra, Áustria, Prússia e Rússia. Seu governo foi marcado por um acentuado processo de centralização de poder, destacadamente a partir do estabelecimento de seu Império (1804-1815).

A formatação do “Código Civil Napoleônico” é certamente um dos maiores símbolos do centralismo desse governo. Baseado em leis já existentes na França e no Código Romano, o Código Napoleônico instituía jurisdições que deveriam ser obedecidas em todo o país e por todos os cidadãos, independente dos costumes locais ou grupo social ao qual se pertencesse. Deste modo, as diretrizes estabelecidas por Napoleão se consolidavam nos mais diversos setores da sociedade francesa.

Apesar dessa amplitude, suas leis eram claramente favoráveis aos interesses da burguesia francesa. Ao reformar o sistema legal do país segundo os princípios da Revolução, este Código indicava uma série de garantias à propriedade e às liberdades econômicas, medidas adequadas às pretensões burguesas.


PACIFICAÇÃO POLÍTICA


Os primeiros anos da administração napoleônica foram caracterizados pela pacificação política. Após os conturbados tempos que caracterizaram o processo revolucionário, Napoleão estabeleceu acordos que normalizaram minimamente o cenário social francês. Através da “Concordata com a Santa Sé”, retomou as relações do governo de seu país com a Igreja Católica. Com a “Anistia Geral”, absolveu os perseguidos pela Revolução. Externamente, restabeleceu a diplomacia com a inimiga Inglaterra a partir da assinatura da “Paz de Amiens”.

No entanto, com o início do expansionismo territorial desenvolvido pela França napoleônica, o país voltou a ser assolado por fortes tensões. Uma nova coligação internacional foi formada com o objetivo de coibir as tropas francesas, o que não impediu, porém, que Napoleão invadisse diversos territórios.

Contra sua grande rival Inglaterra, Bonaparte adotou uma estratégia que ia além das ações militares, o “Bloqueio Continental”. Segundo as deliberações de Napoleão, as nações europeias estavam proibidas de comercializar com este país. Caso descumprissem tais determinações, seriam severamente punidas pelas forças militares francesas. É justamente nesse contexto que está situada a vinda da família real portuguesa para o Brasil: aliado inglês, Portugal teve seu território tomado por Napoleão, obrigando D. João VI e sua corte a fugirem para a colônia luso-americana.

Além de Portugal, outro país a romper com o intenso Bloqueio Continental foi o Império Russo em 1811, como retaliação Napoleão iniciou uma invasão ao território russo. O exército francês a princípio avançou sem menores problemas; porém ao longo do caminho encontraram tudo destruído: a agricultura, os pastos, as casas, o que dificultou o abastecimento das tropas. Em setembro os franceses conseguiram chegar a Moscou, mas encontraram a cidade incendiada. O desastre foi total. Sem suprimentos, castigados pelo frio e com o exército russo em sua retaguarda as tropas francesas foram aniquiladas cerca de 600 mil homens invadiram a Rússia e cerca de 60 mil retornaram a França.


CONGRESSO DE VIENA


Após longos anos de intensas batalhas contra diversas nações europeias, Napoleão foi definitivamente derrotado em junho de 1815, na Batalha de Waterloo. Ao menos desde 1812, notadamente nos combates contra os russos e ingleses, as tropas napoleônicas vinham sofrendo inúmeros revezes, o que tornaria insustentável a situação do país em um espaço de três anos.

Com o fim dos conflitos, os países vitoriosos convocaram o Congresso de Viena. Baseado nos princípios do “restauracionismo” e da “legitimidade”, buscava restabelecer o mapa europeu pré-napoleônico e levar ao poder as dinastias anteriores ao início da Revolução Francesa. Nesses termos, Luís XVIII, herdeiro vivo de Luís XVI, foi coroado novo imperador francês.

Boa parte das potências vitoriosas e que lideraram este congresso ainda estava estruturada pelo Antigo Regime. Deste modo, com exceção da Inglaterra, países como a Rússia, Áustria e Prússia fizeram desse evento uma clara contraposição às transformações possibilitadas pela Revolução Francesa. Para tanto, criaram a Santa Aliança, corporação internacional militarizada, cujas incumbências eram fundamentalmente garantir a aplicação dos ordenamentos do Congresso de Viena e evitar a ocorrência de novos movimentos liberais e antiabsolutistas. Tentava-se, assim, passar uma borracha no recente passado revolucionário francês.

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VÍDEO COMPLEMENTAR: https://www.youtube.com/watch?v=nt8s87tOQN8 


ATIVIDADES


1 – Defina os termos a seguir:


  • Bloqueio Continental
  • Congresso de Viena
  • Santa Aliança


2 – De que forma Napoleão Bonaparte chegou ao governo da França?


3 – Observe o mapa abaixo e responda:


A) Quais os reinos aliados a França?

B) Quais os estados inimigos da França?

C) Baseado no mapa e no texto lido, qual era o principal inimigo da França durante a era napoleônica?


4 -  Qual a relação existe entre o bloqueio continental e o Brasil?


5 – O que foi o Congresso de Viena? De que forma ele afetou a Europa?


6 – Leia o texto abaixo:


“ [O regresso de Napoleão] a Paris foi aclamado com emoção pelos adeptos [...] Napoleão por sua vez, Abalado pelas notícias dos últimos desastres do exército, avaliava a situação: “o frio fez com que todo mundo perdesse a cabeça [...]. Aquilo que cem homens corajosos teriam salvo perdeu-se sobre o nariz de vários milhares de bravos [...]’.

A tristeza estampou o rosto de Napoleão: ‘Os homens comuns sucumbiram’, comentou, ‘os homens de ferro foram feitos prisioneiros; eu trouxe comigo os homens de bronze’.[...]”


A) Quais as três ideias principais do texto?

B) “Os homens comuns sucumbiram, os homens de ferro foram feitos prisioneiros; eu trouxe comigo os homens de bronze”, o que Napoleão quis dizer com essa frase?

C) Explique a campanha da França na Rússia e relacione-a com o Bloqueio Continental.


7 - Observe a imagem abaixo:


Quais as semelhanças da imagem com a descrição da campanha francesa na Rússia?


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